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E tu, de que lado estás?


Aqui há dias perguntavam-me sobre a minha inclinação política e partidária mas, com alguma surpresa minha por se tratar de um assunto do meu interesse, não soube bem o que responder. E, tal como acontece quando não tenho uma resposta definitiva, comecei a divagar no assunto. Expliquei o que penso do panorama atual sobre extremismo, expliquei que não me considero de extremos mas que, ao mesmo tempo, não me identifico com os centros por serem demasiado acomodados. O comodismo irrita-me sobremaneira! Expliquei o que sinto ao ver a Europa transfigurar-se. Também soltei várias frases de revolta sobre a situação dos Estados Unidos (quem me conhece sabe a minha pequeníssima obsessão por Trump e pelo seu modelo de gestão de um país como se de uma empresa se tratasse).
Pois bem, mas eu gosto de dar respostas. Eu sou de esquerda, apesar de não me identificar com partido nenhum em Portugal. Sou de Esquerda porque idealizo um país (e um mundo) onde todas as pessoas pudessem ter acesso a uma vida boa, digna, tranquila. Como diria Ricardo Araújo Pereira, gostava de habitar num mundo onde toda a gente pudesse comer caviar. E isso não é possível. É uma visão utópica. Porque alguns andam num carro que custa uma vida de trabalho, e outros trabalham uma vida para poder ter um carro! Não é com 600€ por mês que eu vou pagar uma renda em Lisboa, no Porto, ou mesmo em Braga! Gostava de morar num país onde o meu filho pudesse ter tantas oportunidades como os filhos de outros pais. E isso não é possível! Gostava que o meu filho pudesse escolher a sua orientação sexual livremente sem ser julgado, gostava que a minha filha pudesse ter as mesmas oportunidades que o sexo oposto. Eu sou pela igualdade! E por isso sou de esquerda. Apesar de ser destro. E apesar dos meus estudos de economia me inclinarem para uma direita. Mas eu sou mais homem que economista ou gestor, e eu quero igualdade para todos. Um senhor que não tenha onde habitar, para mim, vale tanto como o primeiro ministro! Eu quero que o impossível e o utópico se lixem! 
Sou também sensível aos temas mais disruptivos. Só temos este planeta, não estraguemos tudo... A frente ecologista europeia aumentou imenso e isso reflete o pensamento europeu. Graças a Deus (no meu caso, que sou católico apostólico romano) que nos preocupamos com o que realmente importa! E também nos preocupamos mais com os animais. Apesar de nas redes sociais haverem tribunais que extrapolam o meu quadrado e que fazem juízes à força toda para casos de animais. Eu preocupo-me. Não gosto das touradas. Não gosto dos maus tratos a nenhuma espécie. Mas não vou tratar mal ninguém por causa disso, há várias formas de agir.
Concluindo: eu sou de esquerda, pela igualdade, pela humanidade, pelo bom senso. É esta a minha posição.


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